Notinha

E melhor se poderia dizer dos poetas o que disse dos ventos Machado de Assis: "A dispersão não lhes tira a unidade, nem a inquietude a constância". 
Mário Quintana

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

O mundo que um dia filosofamos.

O mundo ideal. Por que imaginamos, melhor, filosofamos tanto sobre umas sociedade perfeita? Foram tantos os filósofos que se debriçaram sobre esse assunto que até perdemos a conta. E de tanto pensar nisso ou mais precisamente, a obsessão por uma civilização ideal é tão grande hoje como nos tempos antigos. Veja o caso de Atlântida, a cidade que segundo os mitólogos e, mesmo cientistas e filosofos acreditaram que fosse perfeita. Mas cabe a pergunta: Atlântida, reza a lenda, afundou no oceano, então haveria uma grande consequência se o mundo que conhecemos hoje se tornasse perfeito?



Platão em sua obras, A República idealizou o que seria uma sociedade justa e perfeita. Contudo, deixemos um pouco esta utopia de lado; suponhamos então que platão fosse também um vidente e acordando subitamente de um pesadelo tivesse descrito sua civilização perfeita de tal modo:

"Seis da manhã. O relógio desperta. Chinelo, sinal da cruz, levantar-se, abre porta, fecha porta, chuveiro, banho, escova de dentes, faz a barba, depila as axilas, sabonete, espuma, água, muita água. Sai do banheiro, troca de roupa, faz café, olha o jornal, liga a tevê, noticiário: guerra, fome, peste, pobreza, uma nova queda na bolsa de valores.



Lá fora o trânsito, xingamentos, sinal vermelho, amarelo, verde, vai lá! O chefe está louco da vida, a esposa o traiu, a sogra só o incomoda, o seu filho resolve ser gay e o relatórioque nunca chega a sua mesa. O dia acabou, cinco da tarde.



De novo o trânsito. As últimas noticias pelo radio informam o quaecimento globao e o derretimento das geleiras. O carro que esperava vender até o fim do ano caiu de preço justamente por causa do adesivo do Corinthians e não por causa do aumento da gasolina. Puta sacanagem!!



De novo em casa. A esposa que reclama, o filho que só quer saber de pintar as unhas, a sogra que o atormenta. Mas, para variar tem aquela cerveja com os amigos, o jogo do Corinthians na segunda divisão e que perdeu novamente. Deus existe.



Ufa! O dia acabou. Chinelo, escova de dentes e nada de sexo. Como amigo só a travesseiro e como alívio para as tensões a sogra dormiu. Apague a luz e durma bem!"



Agora, pausa. Pode ser que estejamos enganados, mas quando formulou sua sociedade em A República pareceu evidadente que ele não imaginou a dor-de-cabeça que isso daria ou talvez já tivesse exausto com sua própria sociedade, por isso resolveu logo ir direto ao ponto e dar um pouco de esperança a humanidade. de todo o modo fica aqui o nosso apelo pata o mundo que um dia filosofamos:

"_ Plato... We have a problem."

2 comentários:

Anônimo disse...

Wendel!
Li os seus dois textos e acho que escreves muito bem!
Continue assim!
Parabéns! O trabalho de vocês é muito bom!

Anônimo disse...

Temos vários problemas.
Parabéns Wendel!