Notinha

E melhor se poderia dizer dos poetas o que disse dos ventos Machado de Assis: "A dispersão não lhes tira a unidade, nem a inquietude a constância". 
Mário Quintana

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Dúvida: um pleonasmo

O céu azul e branco. O céu azul com nuvens brancas. Nuvens brancas com um céu azul. O ceu branco com nuvens azuis. O céu branco. O céu azul. Que é o céu então? Azul? Branco? Azul e branco? Branco e azul? É poesia. É inquietação. É dúvida.
Dos males o maior. Teto do mundo inteiro. É a dúvida, não é o céu. Tudo daí se forma e reforma. Peirce chamaria de inquérito. Eu não nomearia. Eu duvido. Duvidamos, então: duvido do nome, do sobrenome, da família, das suas origens no Mediterrâneo. Duvido da sua mãe, dos joelhos curvados, das patas de quatro, da ama de leite e das tetas dela, também. Pois duvidar é inquietar-se, não se adaptar às formas, aos contornos e aos traços retos. É ser curvilíneo puramente vivo.
Duvidar, porém, não é mera desconfiança, mas o caminho necessário e assim inevitável para alcançar e agarrar a certeza que foge afoita. Um processo dinâmico e frequentemente circular: uma dúvida proporciona a certeza ou gera outra maior ainda. Da instabilidade e desconforto à calmaria ou ao caos. Situações reltivamente subjetivas.
Por outro viés, o gênero humano, lumbrigas terrestres racionais por excelência e por imposição, habitualmente preferem "certezas". Hábitos cristalizados, algo para acreditar, conduzir e justificar, um pastor universal para um gigantesco rebanho. Tudo muito bem fundamentado, sólido, impenetrável e essencialmente confortável.
Tendem à estagnação, onde qualquer movimento só existe afim de transformar-se em repouso. E sete pedras são cuspidas sob a dúvida. A ciência, a filosofia, a religião, o universo em seu continnum e gemidos; acusam-na de profanação. E ela prostrada em sua inquisição, segue cambaleante mas, nunca rasteja, pois, sabe bem o caminho do altar.


"Ontem à noite quando o deixei só, já não era deste mundo - disse ela"
(Gabriel García Márquez. O amor nos tempos do cólera)

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Deus Não É Moral

Calma! Não estou querendo confundir e nem fazer ninguém desacreditar em nada do que considere importante. Afinal, até o próprio autor do referido texto acredita em Deus. Ou pelo menos numa inteligência superior que seja capaz de reger fisica e metafisicamenteo Universo em que vivemos.
Quando digo que Deus não é moral, não estou dizendo que Ele seja imoral ou amoral. É apenas a minha concepção e ouso dizer que também é a de muitos. O objetivo desse texto nada mais é do que fugir de todos os conceitos religiosos existentes por aí, especialmente do que nós "seres humanos" fizemos do assim viciado cristianismo. Putz!
provar em filosofia a existência de Deus é assunto para depois. Se de fato essa entidade existir não há eazões evidentes e claras para seguir determinadas regras morais que mais atormentam do que ajudam, do mesmo modo que algumas são realmente como um "mal necessário".
Bom, Deus não é moral e isto é fato. Mas, os "seres humanos" sim, estes são com certeza individuos morais. E, o que é uma moral? Particularmente, uma convenção para meios e fins. Ou seja, se a finalidade for boa por que não usar meios até considerados maquiavélicos para atingir esse determinado fim?
Desde pequeno tenho certa aversão pela palavra "moral". Pode até ser algo intuitivo, mas ela não é algo bom. Nem para os filosofos nem para qualquer outro pensador de quaisquer natureza. Afinal de contas, Nietzche tinha razão neste sentido, pois a propria palavra é um fardo muito pesado que tira todo o espirito de águia (livre) que o ser humano possui.
Responder à questão da existência ou não existência de Deus é um desafio para cérebros mais evoluídos e posteriores à nossa geração. Contudo, devo afirmar algo que para mim é sagrado: a moralidade de Deus. Para mim é apenas humana, logo, o que é moral em nós atribuímos a Deus. Infelizmente, porém, a história tem contribuido e muito para uma moral de holocaustos e preconceitos. De tal modo que se posso afirmar a existencia de Deus não posso, ao mesmo tempo, afirmá-lo como moral. É crueldade e intolerância contra Ele próprio.
Encerro, portanto, com uma citação de Nietzche para quem quiser entender o que digo:
"Jesus disse a seus judeus: a Lei era para os servos - amem a deus como eu O amo, como seu filho! Que nos importa a moral, a nós, filhos de Deus?"

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

ENADE

Estou abrindo um espaço neste blog para publicar uma nota de manifesto feita pelos alunos da Unesp - Campus de Marília, porque acho importante que as pessoas saibam que somos obrigados a fazer a prova sem saber exatamente o que ela ée o que não concordamos nisso tudo.


O ENADE é um instrumento de avaliação do SINAES que busca comparar as instituições do ensino superior. Os alunos da FFC Unesp – campus Marília/SP do curso de filosofia discordam dessa avaliação, pois não há divulgação dos métodos e critérios adotados, o que acarreta na obscuridade de suas finalidades. Neste contexto, mesmo desconhecendo tais finalidades, os alunos são obrigados a realizá-la.Tais condições resultam em um rankeamento dos cursos e de suas instituições, o qual não condiz com a realidade, gerando uma falsa impressão das condições dos mesmos. Diante disso, os alunos propõem uma discussão para uma reestruturação participativa e não autoritária dos instrumentos de avaliação.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Ópio do mundo inteiro

Os doutores diriam que é a mais fina panacéia, os poetas a viria no voar dos pássaros, os insanos em todo lugar e os mais tolos acreditariam. Liberdade. Cravado no dicionário dos Homens se lê: Ausência de condições e de limites. Necessidade, e nesse sentido somente é livre aquilo que é causa de si mesmo. Possibilidade de escolha, sendo assim limitada, condicionada e, portanto finita. Definições dignas de nobres discursos e belas utopias.
Associando-se ao pensamento e considerando este, como e atividade intuitiva, mental ou espiritual, resultando em uma atividade discursiva, revela-se a “liberdade de pensamento” ou em outras palavras: capacidade de explorar, descobrir, coordenar, divulgar e manifestar-se em relação ao que se conhece, pense ou sinta e nesse sentido surge a necessidade ontológica da existência de um ser digno e capaz de tal.
Em relação aos humanos, seres racionais, crescem envoltos em uma bela doutrina que fundamenta a existência real da liberdade de pensamento. Pensam o que querem, mas tornam público somente o que convém. O resto é guardado, a cadeados, nas profundezas do metafísico humano.
Por esta perspectiva, nota-se que a liberdade de pensamento, como todo mecanismo, obedece a uma lógica, não menos fria e calculável do que a dos processos industriais: há uma espécie de “barreira moral” que “seleciona” do conjunto de pensamentos aquilo que se tornará manifesto e o que permanecerá latente. Tal “barreira” baseia-se em influências de cunho cultural e social sofridas pelo sujeito. O limite desse tipo de liberdade é instituído, essencialmente, por aqueles que a inventaram.
Logo, esta liberdade de pensamento no ideal humano não passa de uma frágil quimera, que não resiste à impetuosa força das conveniências, um clichê, que em sua generalidade vazia, impede qualquer contato, de fato, com a condição real de limitações. Essa utopia que consiste na possibilidade de falar abertamente sobre o que se pensa, condiz com a propaganda democrática vinculada, cada vez mais freqüente nos dias atuais, como sendo uma das garantias contra um governo corrupto ou tirânico.
O fato é que a postura adotada consiste, não em expressar o que se deseja, mas sim, em expressar o que se deve, baseando-se em um conceito primitivo: a autoconservação. Não se prefere o direito à liberdade de pensamento do que o direito à vida, escolher o primeiro seria contraditório e irracional. Assim, as conseqüências implicadas no ato de manifestar-se abertamente acerca dos próprios pensamentos, se tornam mais considerados e sujulgam o próprio ato em si, provando a existência nítida de limites na relação de expressar-se.
Sendo assim, o emprego do vocábulo “liberdade” não é coerente e, portanto, “liberdade de pensamento” é algo que somente habita o imaginário e jamais pisou na realidade. Nunca se tornará abusiva, já que nunca sequer existiu.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Alterego

Nascemos. Nos mostramos ao mundo, e o que somos? Amontoados de células. Átomos. Partículas. Ponto de vistas únicos no universo, e somos livres para isso. Libertos para ser apenas o que já somos. Não há escolha para ser outra coisa, para ser o Outro. Corpos que se atraem. Ocupamos lugar no espaço. Somos isto e talvez algo mais. Nos atraímos e repelimos, o que nos torna bem mais complexos de se organizar. Estranhas rosas sem espinho.
Não somos o Outro, mas excluindo o Outro de nós, tornamo-nos nada: somos conceitos vazios. Desse modo, somos discurso, apenas aquilo que falam de nós e aquilo que falamos de nós mesmos.
Ao sairmos do ventre materno, e até mesmo antes, quando a vida se faz de fato, atuante, já nos dizem o que ser: somos homens ou mulheres e a partir desse instante, e para nunca mais abandonar, carregamos enraizados na alma, todo um conjunto de expectativas e determinações. Nesse contexto a asserção freudiana "anatomia é destino" se faz válida e reforçada e principalmente, fundamentada por elementos culturais milenares, ultrapassa o limite da biologia, e se mostra feraz e determinista. Questionamos, então, o conceito de liberdade. Se a anatomia nos determina, o que nos condiciona a ser, de fato, o que somos é o desejo.
Desejo é algo que nem mesmo o onipotente dicionário bem define. Desejar, no entanto, é genuinamente humano. A vontade que se aproxima, amorosamente, do objeto, mas que jamais o alcançará. A partir daí a escolha é nossa, somos senhores do fluxo e é tranqüilizante pensar assim. Estamos no controle: uma pitada no conjunto de bálsamos diários que tomamos em doses homeopáticas, uma doce ilusão que tomamos por verdadeira.Desejar é ter certeza que estamos vivos e à procura de quem somos, apesar de desejarmos apenas aquilo que não temos e por fim, o que não somos. Neste âmbito o Ser é constituído pelo não Ser, pela alteridade, pela eterna busca por aquilo que nos falta e que por isso, e somente por isto julgamos essencial. Somos então neuróticos aventureiros. Somos puro desejo.

sábado, 18 de outubro de 2008

Sobre a Filosofia no Brasil.

Não existe filosofia brasileira – até onde me disseram.

Eu sou estudante de filosofia aqui no Brasil e essa sentença me deixa completamente atordoada.

É fato que a filosofia aqui anda a passos lentos e que ainda estamos na fase de estudar os grandes pensadores – o que eu acredito ser um ponto muito importante para se gerar uma filosofia autenticamente brasileira. Porém, não vejo como os professores, esses mesmos que na maioria das vezes me tolhem a esperança e que reclamam dessa inexistência filosófica brasileira, possam impulsionar a nós – estudantes – a sermos filósofos se ainda sim, mesmo reclamando desse mimetismo brasileiro,continuam essa imitação dentro da sala de aula e quando chega nosso momento de pesquisar devemos adotar uma postura dogmática sobre o que queremos aprender.

A Filosofia é uma coisa apaixonante, é sempre diferente, sempre intrigante. E, é fato também, que acabamos por nos identificar com alguma ou outra forma de pensamento. Mas, assumir uma postura dogmática diante de tanta possibilidade de resposta é um ato, particularmente, restritivo e paralisante.

O que eu vejo, e isso é estritamente o meu ponto de vista, assim como todo esse texto, é essa postura dogmática, assumida pelos professores e pesquisadores das universidades. Não vejo como a filosofia brasileira pode começar a se estabelecer e crescer diante dessa postura que nos é passada dentro do próprio curso, durante nossa graduação. Sem contar que dentro dos próprios departamentos existe um sectarismo muito grande que assume uma escala maior ao compararmos uma universidade com a outra. E por mais que existam formas de pensar distintas, deveríamos pensar no que futuro queremos prá nossa área de atuação, a filosofia, de uma forma ampla e não de uma maneira especifica e particular.

Outra coisa que muito me incomoda é o desprezo com que o professor de filosofia é tratado, não só pelo governo mas pela sua própria classe de colegas. Parece-me que para que se seja importante dentro da filosofia é necessário que se construa um grande sistema filosófico – dessa forma dizem: “Ele é professor de filosofia e não um filósofo” – a grandiosidade é guardada aqueles que constroem a filosofia, aqueles que apenas dão aula não merecem grande atenção. E é aí que eu acho que muitos se enganam. Não existe trabalho mais importante atualmente do que o de um educador,pois é ele quem vai transmitir diariamente para nossos jovens valores de nossa época e ajudá-los a alcançar uma postura mais critica e autentica diante do mundo.

É também o educador que irá fermentar idéias e gerar outros grandes pensadores. O trabalho da educação, principalmente da educação filosófica, é muito importante para a sociedade. E em pais como o Brasil esse ensino veio tardiamente mas, está aí a grande oportunidade de rever os passos dados e transformar uma longa história de esquecimento e de menosprezo em algo que fez a diferença para mudar a direção do país para um futuro melhor.

A filosofia tem esse poder. Apesar de aparentemente não ter utilidade é ela, que inicialmente foi gerada pela curiosidade, que pode nos tirar de paradigmas e buscar novas maneiras de solucionar problemas. Muitas vezes não existe um consenso entre as teorias e é essa riqueza de respostas - que satisfazem pessoas dos mais variados tipos de pensamento – que nos mostra claramente que o conhecimento é flexível e tão amplo e, por tal motivo, a verdades supremas devem ser sempre vistas com muita cautela.

Honestamente, eu discordo que o Brasil não possua uma filosofia. Filosofia é arte a serviço de um propósito maior. E acredito que ela se manifeste em todas as áreas. Existem poetas, músicos, escritores que me fazem pensar mais do que um grande pensador. Toda forma de arte é uma forma de filosofia. Tudo o que me faz rever conceitos, pensar em respostas, buscar um conhecimento maior é filosofia prá mim e prá muitas pessoas. Então, antes de dizer que os brasileiros não possuem sistemas devemos repensar o conceito de filosofia e de filósofos e rever a que direcionamos a nossa noção de importância.

Se você é um filósofo que não consegue enxergar o que existe de vivo além dos livros e dos pós das bibliotecas, viva mais a filosofia, talvez um dia quem sabe, ao invés das citações dos mortos, você seja capaz de citar também o que esta dentro de você. 

Beatriz Camelo

domingo, 12 de outubro de 2008

Sobre quando não estamos apaixonados.

É muito fácil ter inspiração quando amamos, seja esse amor destinado à vida, ao primeiro homem que passa na rua, à uma música, um primo. É tão fácil que a maioria dos poemas são de amor, as músicas falam de amor, os livros são ditos românticos. Mas, e quando não estamos apaixonados? E quando não estamos atraídos por ninguém? E quando a única saudade que sentimos são de amigos? Não estar apaixonado é ruim? 
Minha resposta é: não, não é.
O que os apaixonados tem de diferente daqueles que não estão nesse estado? A paixão é claro, que está tão sujeita a desaparecer como uma gripe. Nós, que no momento não amamos, por vezes até invejamos esses seres felizes, mas não somos piores do que eles. Ainda temos a chance de nos apaixonar.
Mas, pessoas, a solidão faz bem também. Estar sozinho não é diferente de estar com alguém. Ambas as coisas são uma situação. E em ambas pode existir amor, paixão e desejo. O que eu vejo, normalemente e isso é uma opinião bem particurlar, é que todo mundo está desesperado para ter alguém. Ninguém consegue estar sozinho e em paz consigo mesmo?
Estar apaixonado é bom. Não estar é bom também. Ambas as fases tem coisas boas à oferecer. Por exemplo: quando estamos apaixonados, nos sentimos mais vivos, mais leves, porque encontramos alguém prá dividir nossas coisas, nossos sonhos. E quando estamos sozinhos (não apaixonados) temos a oportunidade de nos conhecer melhor, saber quem realmente somos e etabelecer metas para um futuro próximo ou distante. 
É quando estamos sozinhos que podemos avaliar os impactos que nossa vida sofreu, reavaliar o que queremos e nossa postura diante das coisas. É quando limpamos a mente e reformulamos a nossa vida que ficamos prontos prá nos apaixonar novamente, seja pelo o que for.  E para isso acontecer não precisamos ir para as baladas todos os dias, nem ter todas as pessoas de uma vez. Precisamos nos sentir bem.
Sinta-se bem! Seu corpo é o seu templo. O tempo corre igual pra todos, apaixonados ou não.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Sobre a falta de idéias.

A falta de idéias é uma coisa que consome o mundo atual. Não precisamos pensar nem criar nada. A falta de idéias é o tipo de coisa que se deixarmos, ocupa nossa mente mais do que nós mesmos. É encher de vazio aquilo que já não tem nada.

Quando a falta de idéias aparece, nos paralisa e nos deixa inertes, insensíveis e impraticáveis de qualquer forma. É o tédio. Consome as pessoas e quando eu digo as pessoas quero dizer eu, você, ele, ela. E se permitirmos, consome a nós mesmos, nos joga na frente da tevê para ver coisas inúteis, nos deixa horas na frente do msn esperando alguém prá conversar. Nos trás a falsa sensação de que estamos bem e que tudo está onde deveria estar. É perigoso esse estado, complicado. Podemos perder bons momentos por conta disso. Nos tornamos meros viajantes do espaço e ignoramos o intelecto que nos foi cedido pela Natureza e apenas seguimos nossos rumos, como se nada acontecesse à nossa volta.

Fica até complicado escrever algumas linhas como essas, diante desse fato, porque é algo que ocorre com todos e possui as mais variadas desculpas para deixar que ele continue existindo em nossa vida. Por exemplo: "ando ocupado demais.", "estou tão cansada que só quero ficar em casa e relaxar.", "minha vida anda um caos"; enfim, são muitas desculpas mesmo. E não percebemos que essas desculpas só servem de disfarce para que nos acomodemos com algo ou tudo.

O ser humano possui um alto potencial criativo, quando digo o ser humano, quero dizer todo mundo. Todo mundo mesmo, até aquele Zézinho que a gente não dá muito valor. E esse potencial criativo, não tem só a ver com as artes, como tocar um instrumento, compor uma música, pintar um quadro, fazer uma escultura; tem a ver com isso também, mas não só com isso. O potencial criativo dá as pessoas habilidades, áreas onde elas se destacam. Pois bem, todos nós somos bons em alguma coisa, pelo menos. Só que a falta de idéias não nos permite usar esse potencial criativo, por isso acabamos estatelados no sofá sábado a tarde.

A falta de idéias tem cura. Nada que um bom banho de água fria, uma caminhada, um passeio pelo zoológico não resolva. Quando a falta de idéias quiser chegar perto de você levante e vá fazer algo, nem que seja arrumar a cozinha. Ficar parado deixa o pó se acumular nas juntas do pensamento. Leia um livro, passeie com o cachorro, ligue para um amigo, vá ao cinema. Produza algo!

Produzir alguma coisa não quer dizer fabricar. Não fabricamos idéias nem conceitos. Cultivamo-os, o que é bem diferente. Produzir algo, aqui é ter uma atitude. Atitude não no sentido platônico, atitude é qualquer coisa que quebre o ciclo vicioso e ocioso que você está vivendo nesse momento. Atitude é isso. Não é dan-up, que compramos no mercado. Um amigo meu costumava dizer que revoluções acontecem todos os minutos, pois o ponteiro, quando faz a volta completa, também faz uma revolução.

Portanto, quem fica na estante, tomando pó, não pode reclamar que está infeliz, tem que ir à luta, mostrar a que veio.
E viemos prá isso: prá ser felizes.


"Uma grande jornada começa apenas com um pequeno passo." - Confúcio

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Porque os Gatos.

Eu costumo dizer que gosto de gatos. Após isso, a reação das pessoas é variada: alguns concordam, outros não; outros ainda não dizem nada; mas a maioria esmagadora me diz que preferem os cães.O fato é: eu gosto de gatos. Gosto tanto quanto dos cães; mas no meu íntimo, acabo me identificando mais com eles.Cresci em uma família que sempre teve gatos. Meu pai gosta mais deles e o nosso alvará para animais acabava sempre "limitado" aos felinos. Tanto que só tivemos três cães na história de nossa família. Ao longo do tempo, esse apreço do meu pai pelos gatos transformou os meus sentimentos diante desses animais.Acredito que a infância de qualquer criança deve ter algum bichinho com o qual ela se identifique e crie uma relação de amizade, carinho e de responsabilidade. Seja esse animal um cachorro, uma tortaruga, uma ave ou um gato. Minha infância foi cheia de animais... Tive periquitos, tenho uma cadela, uma trataruga, tive calopsitas, coelho... Mas, os gatos sempre estiveram presentes. Tivemos o Rafa, a Mimi, o Neguinho, o Machado, a Tadinha, a Mima, o Zuenir, o Joe, tantos que é dificil listar sem esquecer algum.Depois de tanto tempo convivendo com esses animazinhos, é impossível não se sentir atraído por sua natureza exótica e misteriosa.Os egipcíos adoravam os gatos, diziam que eles eram portais para o outro mundo.Algumas culturas os temiam por achar que representavam demônios. Independente disso, eles atraem e repulsam muitas pessoas.Muitos me dizem que eles são interesseiros e que seu afeto não é gratuíto. Eu discordo profundamente. Penso que os gatos não mentem. Já nascem prontos para a vida que forem ter. Seu espírito é livre de preconceito e, por mais que me digam o contrário, eles são gratos, à sua maneira, mas são.Sua imagem está sempre associada à a boemia, festas sob o luar, despreocupação e vadiagem. O que não deixa de ser verdade. A Liberdade que eles trazem em seu espírito superou a tentativa de domesticação. Os gatos são naturalmente transgressores.Seu afeto não é comprável. Se ele não quer colo vai embora, se não quer carinho não péde; se não gosta do ambiente se retira sem estrondos; Se deleitam tirabdo uma soneca em seu travesseiro, comendo sua ração, brincando com quelaquer coisa que chame sua atenção, recebendo carinho.Os gatos são figuras manhosas e ciumentas. Posso até dizer que adoram um "confete". e que, claro, são narcisistas. Passam horas se embelezando para eles mesmos sentirem-se bem. Não precisam da aprovação de ninguém e possuem em sua imagem uma segurança inabalável. Vendo por esse lado, quem não queria ser um gato?São os bons-vivãs, apreciam o tempo da melhot forma possivel. Estão sempre atentos e alegres, vivem em um parque de diversões, não são rabugentos, nem estressados. Se divertem com qualquer coisa ou coisa alguma.Eu gosto de gatos. Gosto pela calma que passam enquanto dormem, epela tranquilidade que possuem ao se expreguiçar. Pela alegria com que brincam até cansarem, pelo carinho que demosntram entrelaçando-se em nossas pernas. Pelo ronronar carinhoso que fazem ao ganhar nossa atenção. E por mostrarem, principalmente, que se independente não é ser frio; ser solitário não é ser triste e que o carpe diem é algo mais possível do imaginamos. É por isso... Por isso os gatos.

"O menor dos felinos é uma obra de arte da natureza." - Leonardo da Vinci

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

O mundo que um dia filosofamos.

O mundo ideal. Por que imaginamos, melhor, filosofamos tanto sobre umas sociedade perfeita? Foram tantos os filósofos que se debriçaram sobre esse assunto que até perdemos a conta. E de tanto pensar nisso ou mais precisamente, a obsessão por uma civilização ideal é tão grande hoje como nos tempos antigos. Veja o caso de Atlântida, a cidade que segundo os mitólogos e, mesmo cientistas e filosofos acreditaram que fosse perfeita. Mas cabe a pergunta: Atlântida, reza a lenda, afundou no oceano, então haveria uma grande consequência se o mundo que conhecemos hoje se tornasse perfeito?



Platão em sua obras, A República idealizou o que seria uma sociedade justa e perfeita. Contudo, deixemos um pouco esta utopia de lado; suponhamos então que platão fosse também um vidente e acordando subitamente de um pesadelo tivesse descrito sua civilização perfeita de tal modo:

"Seis da manhã. O relógio desperta. Chinelo, sinal da cruz, levantar-se, abre porta, fecha porta, chuveiro, banho, escova de dentes, faz a barba, depila as axilas, sabonete, espuma, água, muita água. Sai do banheiro, troca de roupa, faz café, olha o jornal, liga a tevê, noticiário: guerra, fome, peste, pobreza, uma nova queda na bolsa de valores.



Lá fora o trânsito, xingamentos, sinal vermelho, amarelo, verde, vai lá! O chefe está louco da vida, a esposa o traiu, a sogra só o incomoda, o seu filho resolve ser gay e o relatórioque nunca chega a sua mesa. O dia acabou, cinco da tarde.



De novo o trânsito. As últimas noticias pelo radio informam o quaecimento globao e o derretimento das geleiras. O carro que esperava vender até o fim do ano caiu de preço justamente por causa do adesivo do Corinthians e não por causa do aumento da gasolina. Puta sacanagem!!



De novo em casa. A esposa que reclama, o filho que só quer saber de pintar as unhas, a sogra que o atormenta. Mas, para variar tem aquela cerveja com os amigos, o jogo do Corinthians na segunda divisão e que perdeu novamente. Deus existe.



Ufa! O dia acabou. Chinelo, escova de dentes e nada de sexo. Como amigo só a travesseiro e como alívio para as tensões a sogra dormiu. Apague a luz e durma bem!"



Agora, pausa. Pode ser que estejamos enganados, mas quando formulou sua sociedade em A República pareceu evidadente que ele não imaginou a dor-de-cabeça que isso daria ou talvez já tivesse exausto com sua própria sociedade, por isso resolveu logo ir direto ao ponto e dar um pouco de esperança a humanidade. de todo o modo fica aqui o nosso apelo pata o mundo que um dia filosofamos:

"_ Plato... We have a problem."

Feeling ou Sorte de Campeão??

Não importa qual sja a sua atividade, em todas elas existe sempre uma questão de feeling. O que é feeling então??

Feeling pode ser associada de várias formas, como intuição, a palavra Eureka dita por arquimedes ao descobrir a fórmula de um cáculo, ou em filosofia ainda pode ser descrito como um "espanto". Seja cmo aquele algo a mais que transforma a competência num diferencial de vitórias e sucesso.

Aproveitando o pespirito das Olímpidas, vemos talvez onde o feeling está sendo mais utilizados do que nunca. O esporte, de certa forma, pode ser a atividade onde o feeling é mais desenvolvido. O treinados da seleção masculina de volei, Bernardinho dá uma dica sobre como desenvolvero feeling. No seu caso, como o volei é um esporte quie exige muito dos fundamentos, diz ele, que, parta dar suporte aos treinamentos e a estratégia num jogo, usa recursos como estatísticas, passa horas analisando os tapes adversários e baseia-se em dados fornecidos em tempo real de jogo. Porém, como nem sempre o esporte é um lugar onde a lógico do mais forte prevalece, o caso é que não podemos apenas confiar em números e dados. Ou seja, treinamento e estudo é apenas uma parte do trabalho, desenvolver o feeling é outra parte. Bernardo ainda diz que para ter um feeling bem desenvolvido é essencial que seja um bom coletor de informações, lê diversas biografias para ver como as pessoas superaram desafios que normalmente pessoas comuns nem sequer ousam tentar.

É fato que não se precisa comprovar cientificamente, uma certeza a priori. No mundo cada vez mais aguerrido de hoje, ter feeling ou desenvolvê-lo pode ser aquele milésimo de segundo entre o primeiro colocado e o segundo. No esporte, assim como na Filosofia ou qualquer outra atividade, se existe sorte enolvida, àquela sorte que os campeões precisam ter para vencer um campeonato, ela está inserida no feeling. Por isso não se pode crer em sorte meramente, pois todos aqueles que conseguem um "ouro olímpico" na sua atividade passou antes por um duro processo de lapidação e obstinação de um "trabalhor incansável" para desenvolver aquilo que chamamos de sorte de campeão ou feeling. Ou nas palavras do americano Zig Ziglair:

"Confira os dado. Nunca houve um campeão indisciplinado.
Qualquer que seja o campo de atividade, você vai descobrir que isso é a pura verdade."

Sobre a amizade.

A amizade é um tema tão corriqueiro como o ar que respiramos ou a água que bebemos. è provável que nada no mundo seja capaz de elevar o espirito humano a seu grau máximo e desenvolvê-lo tanto quanto a amizade.


A figura de um amigo é sempre bem quista pelas pessoas. Afinal de contas, amigo não é uma pessoa qualquer. Um amigo é sempre mais que uma pessoa que passamos a conhecer. Um amigo não é apenas aquele que nos oferece uma relação desinteressada somente, mas também, uma relação mais leal e duradoura que qualquer contrato. É para essa pessoa que nos expomos sem cerimônias, para ele nos confessamos e dizemos nossas coisas mais íntimas.


Na poesia, no teatro e na literatura, dramas e conflitos, tais quais na vida real, revelam para a sensação de estar completos e protegidos, como se encontrássemos várias almas gêmeas ao longo do caminho. Um amigo nos ouve, perdoa, revela coisas sobre nós mesmos, não exige mais do que podemos dar e nos ensina importantes lições de carinho e amor.


Até mesmo na filosofia a amizade é tema de divagações, tanto no plano ético quanto no plano das relações humanas. E por curiosidade, filosofia significa amigo do conhecimento, como se a amizade fosse essência desta área de conhecimento. Na verdade, o que queremos dizer é que todo mundo tem um grande amigo, e grandes amigos se fazem ao longo do tempo e quando nos damos conta não lembramos bem como foi que tudo começou.


Não existem palavras no mundo que descrevam o que é uma boa amizade e não há equação que racionalize esse sentimento. Só o fato de ter alguém permanentemente ao nosso lado, nos faz sentir que não estamos sozinhos, mesmo que fisicamente estejamos distantes. Ter um amigo não é só ter com quem contar, é ter alguém com quem crescer e realizar sonhos. La Boétie dizia que a amizade nos leva pela maior parte do nosso curso de vida e por ela, podemos diminuir nosso bem-estar em prol do bem estar de um amigo.


Amigos de infância, de cursinho, de faculdade, de trabalho. Amigos que vieram de outros amigos; simplesmente amigos para o que der e vier. Em suas vidas vemos exemplos que merecem nossa addimiração, são nossos heróis, nossos ídolos apesar de não terem super-poderes.
Somente na amizade que nos sentimos vitoriosos com a vitória do outro, que nos sentimos realizados ao ver álguém conquistando o mundo. ao contrário das paixões, que são passageiras, a amizade fica ao longo dos anos e, se for bem cultivada, nunca ficará embaçada ou empoeirada na prateleira. Ter amigos é ter um pai, uma mãe, um irmão mais velho e um irmão mais novo ao mesmo tempo, tudo junto, na mesma pessoa. Com os amigos nossos defeitos não importam e nossas qualidades são potencializadas. E nós os compreendemos e eles nos compreendem.
Amigos são pequenas dádivas que temos em nossas vidas, é um pedacinho de algo divino. Amigos nos fazem ter fé na vida, nas pessoas e no mundo. Sem os nossos amigos somos apenas nós; ao lado deles somos pessoas melhores.


"A amizade é o casamento da alma humana em relação ao próximo."